Segurança

Após explosão em Brasília, PF faz operação em Rio do Sul

"Era uma boa pessoa", dizem vizinhos do homem que morreu após tentativa de atentado no STF em Brasília

14 Nov 2024 - 09h10Por Rogério Tallini

Chaveiro foi a última atividade de França em Rio do Sul - Crédito: Almir Marques/Rádio Mirador

As polícias Federal e Militar fizeram buscas na manhã desta quinta-feira (14), na casa, no chaveiro e no espaço de eventos que eram de propriedade de Francisco Wanderley Luiz, o ‘Tiu França’, que morreu em explosão na noite de quarta-feira (13), na frente do Supremo Tribunal Federal, em Brasília.

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O repórter Almir Marques, da Rádio Mirador de Rio do Sul (Grupo 105FM), informou que a delegada responsável pela verificação nos imóveis não comentou nada sobre o motivo das buscas e nem se algo foi encontrado. Ele esteve ainda na última casa onde França morou em Rio do Sul e conversou com vizinhos. “Segundo os vizinhos, já faz alguns meses que ele não é visto aqui e que teria ido embora para o litoral, para ajudar um filho”, contou o repórter, acrescentando que a casa está trancada com um cadeado e que, segundo moradores próximos, alguns pertences de França ainda estão na residência. Ainda, que o homem possuía quitinetes que alugava.

Os vizinhos não quiseram se manifestar. “Mas disseram que França era uma pessoa muito boa, que ele inclusive cedia as quitinetes para o pessoal mais carente até sem pagar, ou seja, os vizinhos aqui só tem coisas boas para falar dele”, relatou Almir Marques. Em contato com familiares, que possuem empresas em Rio do Sul, o repórter obteve a informa que ninguém da família vai se pronunciar, ao menos por enquanto e que estão definindo quem irá providenciar a liberação do corpo para o funeral.

Outras informações sobre o caso (Rádio Mirador)

Francisco Wanderley Luiz, conhecido como “Tiu França”, de 59 anos, morreu durante as explosões na Praça dos Três Poderes, em Brasília, na última quarta-feira (13). Sua identidade foi confirmada pela Polícia Federal por meio de reconhecimento visual.

França foi candidato a vereador pelo PL em 2020 na cidade de Rio do Sul, no interior de Santa Catarina, a 200 quilômetros de Florianópolis. Na ocasião, ele recebeu 98 votos e não conseguiu uma vaga na Câmara Municipal.

Segundo declarado ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele teria R$ 263 mil em bens. Os valores eram divididos entre motocicletas, três carros e um prédio residencial.

De acordo com uma testemunha, França possuía uma espécie de “carretinha”, a mesma que foi localizada no estacionamento do Supremo Tribunal Federal (STF) próximo ao seu veículo que também explodiu.

O deputado Jorge Goetten (Republicanos-SC) afirmou, durante entrevista à CNN, que conhecia França desde a juventude.

“O França, a família dele, um amigo querido lá de Rio do Sul, a minha terra, desde a minha juventude que eu conheço ele e conheço a família dele”, afirmou Goetten.

Ainda segundo o deputado, Francisco Wanderley Luiz foi um empreendedor de sucesso em sua cidade.

“Sempre foi um cara de vanguarda, um cara muito atualizado, antenado com as tendências do mercado. E ele dominou o cenário das noites em Rio do Sul por muito tempo”, citou Goetten.

Os problemas na vida de França teriam começado após a separação de sua esposa. O parlamentar se encontrou com ele em 2023, em seu gabinete, na Câmara dos Deputados.

“Fiquei muito contente com a visita dele. Mas senti ele, até comentei com colegas do gabinete, um tanto quanto alterado, com problema mental. Ele falou para mim com a separação e senti que isso abalou muito ele. Não era aquele amigo lá de Rio do Sul que eu conhecia”, prosseguiu.

Casa onde Francisco Wanderley Luiz morou antes de deixar a cidade - Crédito: Almir Marques/Rádio Mirador